Pelo 11º mês consecutivo, o total de pessoas ocupadas na indústria cearense voltou a cair, com uma retração de 1,37%, em relação a igual período do ano anterior. O resultado negativo também é o terceiro pior deste ano no comparativo mensal, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Emprego e Salário realizada pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem.
Dos 19 setores analisados pelo instituto, 12 apresentaram variação negativa no Estado. A queda foi puxada, no confronto com igual mês do ano passado, pela redução nos setores de indústria de transformação (1,34%), alimentos e bebidas (1,07%), e indústria têxtil (0,54). Os segmentos que apresentaram variação positiva foram: minerais não-metálicos (0,20) e máquinas e equipamentos (0,28%).
O resultado do Ceará, com relação as demais capitais nordestinas pesquisadas pelo IBGE, também foi negativo, já que Pernambuco foi o único estado do País a apresentar variação positiva, de 0,32%, enquanto a Bahia sofreu um declínio de 0,57%.
Estímulos
Para o economista e diretor de Ciência e Tecnologia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), Lima Matos, o resultado local revela uma realidade encontrada em todo o País. "Essa é uma questão nacional. Todo o Brasil está com dificuldades para crescer em diversos setores, principalmente por conta dos altos custos, onde deveria haver redução geral", disse.
Ele afirma ainda que a expectativa para os próximos meses é que ocorra uma melhora, devido aos estímulos para a indústria que estão sendo anunciados pelo governo desde junho. "O IPI reduzido, por exemplo, pode ajudar a alavancar novamente a indústria brasileira", acrescenta.
Folha de pagamento
No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, o indicador local fechou em -1,20% e nos últimos 12 meses, também foi negativo (-1,28%). Apesar disso, nos últimos 12 meses, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria no Estado foi positivo, de 0,65%, enquanto no mês de maio foi de 0,07% em relação a igual período do ano passado.
Queda no Nordeste
Enquanto isso, o emprego na indústria, no Nordeste, assinala queda de 1,16%, em maio, na comparação com igual mês de 2013. No acumulado do ano e nos últimos 12 meses na região, houve variação negativa de 0,79% e 3,01%, respectivamente. Por outro lado, o valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria melhorou. Em maio, a taxa ficou em 2,40%, enquanto no acumulado do ano foi de 0,54%.
Desempenho no País
Em todo o Brasil, o emprego na indústria caiu 0,7% no mês de maio, na comparação com o mês imediatamente anterior. Já na comparação com maio de 2013, a queda do pessoal ocupado na indústria foi ainda maior: 2,6%.
Fonte: Diário do Nordeste

Comente com o Facebook: